Bleisure une duas palavras: business (negócios) e leisure (lazer). O termo descreve a prática de combinar viagens corporativas com momentos de lazer, prolongando a estadia para aproveitar o destino após os compromissos de trabalho.

Nos últimos anos, esse comportamento deixou de ser exceção. Segundo dados da Global Business Travel Association (GBTA), mais de 60% dos viajantes corporativos já estendem suas viagens para incluir atividades de lazer. 

Esse movimento reflete mudanças no perfil profissional, no equilíbrio entre vida pessoal e trabalho e na forma como empresas enxergam o bem-estar de seus colaboradores.

O bleisure transforma o tradicional “bate-volta” em uma experiência mais completa, onde o colaborador viaja motivado, retorna mais engajado e traz melhores resultados.

Quais são os principais benefícios do bleisure para empresas e profissionais?

Adotar o bleisure como parte da política de viagens corporativas traz ganhos estratégicos tanto para o colaborador quanto para a organização.

Confira os principais:

• Aumento do bem-estar e da motivação: o profissional que pode relaxar após reuniões intensas retorna mais produtivo e satisfeito.
  
  
• Redução do estresse e da fadiga: ao incluir momentos de lazer, a viagem se torna menos exaustiva e mais equilibrada.
  
  
• Valorização da marca empregadora: empresas que incentivam o bleisure demonstram preocupação genuína com a qualidade de vida dos funcionários.
  
  
• Melhor aproveitamento de deslocamentos longos: em viagens internacionais, é comum aproveitar o tempo para explorar a cultura local.
  
  
• Fortalecimento de relacionamentos corporativos: momentos informais em ambientes diferentes facilitam conexões entre equipes e parceiros.

Esses benefícios se traduzem em menor turnover, maior engajamento e percepção positiva da empresa, fatores que impactam diretamente a retenção de talentos.

Como implementar políticas de bleisure com segurança e controle financeiro

Incentivar o bleisure exige planejamento claro e diretrizes bem definidas. Não basta permitir que o colaborador estenda a viagem, é preciso garantir segurança, conformidade e controle de custos.

Veja práticas essenciais para adotar o modelo:

1. Defina limites e responsabilidades: a empresa cobre os custos corporativos, e o colaborador assume despesas pessoais relacionadas ao lazer.
   
   
2. Formalize regras no manual de viagens: descreva políticas, prazos, e quais extensões de estadia são permitidas.
   
   
3. Use ferramentas de gestão de despesas: plataformas digitais permitem separar gastos pessoais e corporativos com precisão.
   
   
4. Estabeleça critérios de aprovação: viagens com propósito de bleisure devem passar por aprovação prévia da liderança.
   
   
5. Garanta cobertura de seguros e compliance: revise contratos para evitar lacunas de proteção durante o período de lazer.

Essas medidas equilibram a liberdade com a responsabilidade, permitindo que a experiência seja prazerosa sem comprometer a governança corporativa.

Quais destinos e perfis mais adotam o bleisure hoje?

O bleisure é mais comum entre profissionais de média e alta gestão e setores com alta mobilidade, como consultoria, tecnologia, marketing e comércio internacional.

Destinos preferidos incluem capitais globais com infraestrutura corporativa robusta e atrativos turísticos, como São Paulo, Lisboa, Nova York, e Barcelona.

Além disso, a geração millennial impulsiona essa tendência. Profissionais entre 25 e 40 anos valorizam experiências culturais, propósito e qualidade de vida, fatores que o bleisure integra naturalmente à rotina de trabalho.

Empresas que entendem esse perfil se destacam na atração e retenção de talentos, pois oferecem flexibilidade e experiências autênticas.

Quais desafios o bleisure ainda enfrenta?

Apesar das vantagens, o bleisure apresenta riscos de compliance, logística e segurança. 

As principais barreiras incluem:

• Falta de clareza sobre quem paga o quê, o que pode gerar conflitos contábeis.
  
  
• Dificuldade de conciliação entre seguros corporativos e pessoais.
  
  
• Desalinhamento com políticas internas de viagem e compliance internacional.

Superar esses obstáculos requer processos transparentes e tecnologia de controle financeiro. 

Assim, a experiência deixa de ser uma iniciativa individual e passa a fazer parte da cultura corporativa.

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