Se você é um empreendedor ou investidor, com certeza já ouviu falar sobre a margem bruta e sua importância para a lucratividade de uma empresa.
Contudo, sabemos que pode surgir aquela dúvida entre qual indicador usar e até mesmo como calcular a margem bruta, líquida e de contribuição. Por isso, neste artigo, vamos abordar:
- o que é a margem bruta;
- como calculá-la na sua empresa;
- a diferença entre margem: bruta, líquida e de contribuição;
- erros comuns que você deve evitar na hora de calcular a margem de contribuição;
- 3 dicas para melhorar a margem bruta da sua empresa.
Boa leitura!
O que é a margem bruta?
Margem bruta pode ser resumida como uma forma de medir a eficiência da empresa na gestão de seus custos de produção.
Ou seja, trata-se de uma medida de lucratividade que indica a porcentagem de lucro que resta para a empresa após a dedução de todos os custos diretamente associados à produção ou venda de um produto ou serviço, como:
- matéria-prima;
- mão de obra;
- energia elétrica;
- outros gastos.
Ela é calculada fazendo uma divisão do lucro bruto pelo total das vendas, e é expressa em porcentagem. Vamos explorar mais o seu cálculo ao longo deste artigo.
Como calcular a margem bruta?
Identificando os componentes da fórmula
Apesar de ser essencial, o cálculo da margem bruta é bem simples: você deve subtrair o custo dos produtos vendidos (CPV) das receitas de vendas e dividir o resultado pelo total de receitas:
Margem Bruta = ((Receitas de Vendas – CPV) / Receitas de Vendas) x 100
Portanto, os componentes da fórmula são:
- Receitas de vendas: todo o dinheiro recebido pela empresa com suas vendas, SEM as deduções de impostos, descontos e outras reduções.
- Custo dos produtos vendidos: todos os custos diretos relacionados à produção ou venda de um produto ou serviço, como matéria-prima, mão de obra, energia elétrica, entre outros.
Contudo, a margem bruta é uma medida de lucratividade relativa e não deve ser usada isoladamente para avaliar o desempenho financeiro de uma empresa, por isso é importante considerar outros fatores, como:
- despesas operacionais;
- investimentos em marketing;
- desenvolvimento de produtos;
- outros gastos que podem afetar o lucro líquido da empresa.
Exemplo prático de cálculo de margem bruta
Vamos supor que uma empresa vendeu R$100.000 em produtos em um mês e que o custo desses produtos foi de R$50.000. Logo, para calcular a margem bruta, basta aplicar a fórmula:
Margem Bruta = ((R$ 100.000 – R$ 50.000)/ R$ 100.000) x 100 = 50%
Portanto, o resultado de uma margem bruta de 50% nos mostra que para cada R$1,00 vendido a empresa teve 50 centavos de lucro bruto.
Como neste caso, uma margem bruta alta pode indicar que a empresa está vendendo seus produtos com preços altos, o que pode afetar sua competitividade no mercado. Contudo, ela pode variar de acordo com o setor em que a empresa atua.
Setores com maior concorrência e margens mais apertadas podem ter margens brutas menores, enquanto setores com menos concorrência e margens maiores podem ter margens brutas mais altas.
Erros comuns para evitar ao calcular a margem bruta
Um erro comum ao se calcular a margem bruta é incluir no cálculo as despesas não diretamente relacionadas à produção ou venda de um produto, como despesas administrativas e de vendas.
Portanto, essas despesas devem ser deduzidas do lucro bruto para se calcular a margem líquida.
Outro erro comum é não considerar todos os custos diretos relacionados à produção ou venda de um produto. Devem estar incluídos nesse cálculo a matéria-prima, mão de obra, energia elétrica, embalagens, entre outros.
Além disso, a margem bruta é uma medida de lucratividade relativa, por isso não deve-se analisar ela isoladamente na avaliação do desempenho financeiro de uma empresa.
Qual a diferença entre margem bruta, líquida e de contribuição?
As margens bruta, líquida e de contribuição são métricas financeiras essenciais para avaliar diferentes aspectos da rentabilidade de uma empresa.
Embora a margem bruta seja uma medida importante para indicar a lucratividade e a eficiência de uma empresa na gestão de seus custos de produção, ela não leva em conta os custos indiretos, como:
- despesas gerais e administrativas;
- juros;
- impostos.
Já a margem de contribuição é uma medida que foca nos custos variáveis associados à produção ou venda de produtos ou serviços. Ela ajuda a determinar quanto da receita contribui para cobrir os custos fixos e gerar lucro.
Esse indicador é muito útil para analisar o ponto de equilíbrio da empresa e assim tomar decisões sobre os preços e volume de vendas.
Fórmula: (Receita Total – Custos Variáveis) / Receita Total
Diferente das outras, a margem líquida é uma medida mais precisa da lucratividade da empresa, pois leva em conta todos os custos e despesas, incluindo despesas operacionais, impostos e juros.
Fórmula de Cálculo: Lucro Líquido / Receita Total
Portanto, a fim de entender a lucratividade real da empresa, é preciso calcular a margem líquida, ou seja, a porcentagem de lucro líquido sobre as vendas.
Cada uma dessas métricas fornece uma perspectiva diferente sobre a rentabilidade e eficiência financeira de uma empresa, sendo valiosas para a gestão, tomada de decisões estratégicas e o sucesso do negócio a longo prazo.
Em outras palavras, enquanto a margem bruta se concentra nos custos diretos, a margem líquida abrange todos os custos, e a margem de contribuição destaca os custos variáveis.
A importância da margem bruta para as empresas
Como já mencionado, um grande benefício da margem bruta é garantir a saúde financeira de uma empresa, pois ela mostra quanto dinheiro está sendo gerado por meio das suas operações.
Além disso, ela também pode ser usada para avaliar a eficiência da gestão de custos e preços da empresa.
Isso é uma vantagem ótima para a empresa pois indica se os seus produtos ou serviços estão sendo vendidos a preços competitivos e se os custos estão sendo controlados adequadamente.
Além disso, a margem bruta também permite que a empresa cubra os custos fixos, variáveis e gere lucro para investimentos futuros.
Como usar a margem bruta para avaliar a lucratividade da empresa
Compare-a com a margem bruta do seu nicho
Essa é uma das principais formas de avaliar a lucratividade da empresa: compará-la com outras empresas do mesmo setor. Isso pode ser feito calculando a margem bruta média do setor e então compará-la com a margem bruta da sua empresa.
Se a empresa tiver uma margem bruta mais alta do que a média do setor, isso indica que ela tem uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.
Por exemplo, se uma empresa de alimentos tiver uma margem bruta de 35%, enquanto a média do setor for de 25%, isso significa que a empresa está gerando mais lucro em cada produto vendido do que seus concorrentes diretos.
Isso pode ser resultado de uma melhor gestão de custos, preços mais competitivos ou uma estratégia de marketing mais eficiente.
Analise as tendências e variações ao longo do tempo
Avaliar a margem bruta ao longo do tempo também ajuda as empresas a identificarem tendências e variações na sua lucratividade:
- Declinando ao longo do tempo: pode indicar problemas com a gestão de custos ou com as margens de lucro.
- Aumentando ao longo do tempo: indica uma melhoria na eficiência da empresa.
Por exemplo, se uma empresa de tecnologia tiver uma margem bruta de 40% no primeiro trimestre e 45% no segundo trimestre, isso pode indicar que a empresa está encontrando maneiras de reduzir seus custos de produção ou aumentar seus preços de venda.
Por outro lado, se a margem bruta cair de 40% para 35%, isso pode indicar que a empresa está enfrentando dificuldades em manter seus lucros.
Veja a margem bruta como indicador de eficiência operacional
Além dos exemplos já citados, a margem bruta também pode ser usada como um indicador da eficiência operacional da empresa.
Se a da empresa estiver mais alta do que seus concorrentes, significa que ela está controlando adequadamente seus custos de produção e que é mais eficiente na utilização de seus recursos.
Por exemplo, uma empresa de moda que possui uma margem bruta de 50%, enquanto seus concorrentes diretos tiverem uma margem bruta média de 40%.
Logo, isso pode indicar que essa empresa possui uma cadeia de produção mais eficiente, com menor desperdício de materiais e mão de obra mais qualificada.
3 Dicas para melhorar a Margem Bruta da sua empresa
1 – Reduzir os custos e despesas
Pode não ser uma tarefa fácil, mas uma das principais formas de melhorar a margem bruta da empresa é reduzindo os seus custos e despesas de produção.
Para isso, é importante analisar todos os custos envolvidos na produção e identificar áreas onde é possível reduzi-los sem comprometer a qualidade do produto ou serviço, como por exemplo:
- procurar fornecedores com preços mais competitivos;
- negociar descontos na compra de matéria-prima em grandes quantidades;
- otimizar o processo produtivo, consequentemente, irá reduzir o tempo de produção e diminuir o consumo de energia elétrica, por exemplo.
Além disso, a empresa pode avaliar a possibilidade de terceirizar algumas atividades que não são essenciais para o negócio, como a limpeza ou a segurança, reduzindo assim os custos com equipe e infraestrutura.
2 – Aumentar os preços e receitas
Essa dica pode ser executada por meio de estratégias como:
- aumento do ticket médio;
- lançamento de novos produtos ou serviços;
- ampliação do mercado de atuação da empresa.
Para aumentar o ticket médio, uma opção é a empresa oferecer pacotes promocionais ou combos que incentivem o cliente a comprar mais produtos ou serviços.
Além disso, também é possível oferecer serviços adicionais, como garantia estendida ou instalação gratuita, que agreguem valor ao produto e justifiquem um preço mais elevado.
Já o lançamento de novos produtos ou serviços pode atrair novos clientes e aumentar as receitas da empresa. Nesse caso, deve-se estudar o mercado e identificar oportunidades de negócio, desenvolvendo então produtos/serviços que atendam às necessidades dos seus consumidores.
Por fim, a ampliação do mercado de atuação da empresa pode ser uma estratégia eficaz para aumentar as receitas. Sendo feita por meio da expansão geográfica, da diversificação de canais de venda, ou da entrada em novos segmentos de mercado.
3 – Diversificar os produtos e serviços oferecidos
Uma terceira opção para melhorar a margem bruta é diversificar a linha de produtos ou serviços que a empresa oferece.
Essa estratégia aumenta o tamanho do mercado potencial e reduz a dependência de um único produto ou serviço para a geração de receitas.
Por exemplo, uma empresa de confecção de roupas pode diversificar sua linha de produtos, oferecendo não apenas roupas, mas também acessórios como bolsas, sapatos e bijuterias.
Ou ainda, uma empresa de prestação de serviços de limpeza pode ampliar sua oferta, incluindo serviços de jardinagem e manutenção predial.
Portanto tenha sempre em mente que a diversificação de produtos e serviços também é uma forma da sua empresa se diferenciar da concorrência e aumentar a fidelidade dos clientes.
Ao oferecer uma ampla gama de produtos ou serviços, ela pode atender às diferentes necessidades e preferências dos seus consumidores, tornando-se uma opção mais completa e conveniente.
Conclusão: a margem bruta como sua aliada
Sendo um indicador-chave da saúde financeira de uma empresa, a margem de lucro também desempenha um papel crucial nos planejamentos financeiros empresariais.
Afinal, ela reflete a eficiência operacional e a capacidade da organização em gerar lucro a partir das suas atividades.
Ao incorporar a margem de lucro nos planos financeiros, é possível para a empresa:
- estabelecer metas realistas;
- avaliar a viabilidade de investimentos;
- tomar decisões estratégicas embasadas em dados concretos.
Pensando nisso, separei um conteúdo completo sobre Planejamento Financeiro – benefícios, importância de fazê-lo e passo a passo para criar um planejamento financeiro na sua empresa.
Te espero lá… até a próxima!
Founder & CEO da Payfy