Fluxo de Caixa: o que é e como usá-lo para uma gestão financeira eficiente

Data de publicação: 11/12/2024

Fluxo de Caixa: o que é e como usá-lo para uma gestão financeira eficiente - Payfy
Fluxo de Caixa: o que é e como usá-lo para uma gestão financeira eficiente - Payfy

O fluxo de caixa é uma das ferramentas financeiras mais importantes para líderes de grandes empresas. Ele não é apenas um indicador de como o dinheiro entra e sai do negócio, mas também um termômetro que revela a saúde financeira da organização. 

Quando bem gerido, permite que gestores tomem decisões estratégicas com mais confiança, otimizem recursos e se preparem para o futuro.

Portanto, neste artigo, vamos explorar o que é fluxo de caixa, sua importância benefícios, tipos de fluxo de caixa e como fazer um controle eficiente na sua empresa. Vamos lá?

Boa leitura!

O que é Fluxo de Caixa?

Fluxo de caixa nada mais é do que o movimento (fluxo) do dinheiro (caixa) da empresa. Em outras palavras, é um método utilizado para monitorar e projetar as entradas e saídas financeiras de uma empresa durante um período específico de tempo.

As entradas representam todos os valores que a empresa recebe, como vendas, financiamentos e aportes de capital. Já as saídas englobam todos os gastos da empresa como despesas fixas, variáveis, impostos e investimentos. 

Portanto, uma boa análise desse fluxo permite que a empresa identifique rapidamente se ela  possui recursos suficientes para arcar com suas obrigações financeiras, e se está no caminho para alcançar seus objetivos estratégicos.

Qual a diferença entre Fluxo de Caixa e Lucro?

Uma das principais características do fluxo de caixa é que ele oferece uma visão imediata da liquidez. Diferente do lucro, que avalia o desempenho econômico de longo prazo, o fluxo de caixa mede a disponibilidade de dinheiro no curto prazo. 

Isso é crucial para evitar atrasos em pagamentos, como folha salarial, fornecedores e impostos, garantindo a continuidade operacional do negócio. 

Além disso, a Demonstração de Fluxo de Caixa representa um dos relatórios contábeis mais importantes de uma empresa, sendo um documento indispensável nas análises de investimento. 

Contudo, é importante destacar que o fluxo de caixa não deve ser visto apenas como um relatório financeiro, mas como uma ferramenta de planejamento. 

Assim, empresas que monitoram esse indicador regularmente conseguem prever períodos de maior pressão financeira e tomar decisões antecipadas, seja para buscar capital adicional ou ajustar despesas.

Qual a diferença entre o Fluxo de Caixa e o Controle de Caixa?

O Fluxo de Caixa e o Controle de Caixa são duas ferramentas financeiras distintas, embora possam parecer semelhantes à primeira vista.

O Controle de Caixa é o registro simples de todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa, como uma conta bancária ou um sistema de gestão financeira.

E dessa forma, ele tem como objetivo monitorar as movimentações financeiras de uma empresa em um período específico, permitindo que os gestores saibam exatamente quanto dinheiro está disponível em caixa em determinado momento.

Já o Fluxo de Caixa é um registro mais abrangente das movimentações financeiras de uma empresa durante um determinado período de tempo, geralmente um mês ou um ano.

Como já falado, ele inclui não apenas as entradas e saídas de dinheiro, mas também todas as outras transações financeiras da empresa, como recebimentos de clientes, pagamentos a fornecedores, investimentos e financiamentos.

O objetivo do Fluxo de Caixa é monitorar o saldo disponível de caixa da empresa em determinado período, mas também avaliar a capacidade da empresa de pagar suas contas e dívidas e planejar investimentos futuros.

Em resumo, enquanto o Controle de Caixa se concentra apenas nas entradas e saídas de dinheiro em um determinado período, o Fluxo é uma ferramenta financeira mais ampla e com um escopo maior monitoramento das finanças.

Qual a importância do fluxo de caixa para empresas?

O fluxo de caixa é essencial para qualquer empresa, pois ele é a base para uma gestão financeira eficiente e para a sobrevivência e competitividade do negócio a longo prazo.

Uma das razões mais relevantes para garantir uma boa gestão do fluxo de caixa é o fato dele prevenir crises financeiras. Afinal, mesmo empresas lucrativas enfrentam problemas graves se não tiverem dinheiro disponível (liquidez) para cobrir despesas imediatas. 

Por isso, líderes precisam ter visibilidade constante sobre os valores em caixa a fim de evitar atrasos em pagamentos, problemas com o fornecimento de materiais ou até mesmo dificuldades em manter a folha de pagamento.

Além disso, o fluxo de caixa contribui diretamente para a qualidade das decisões estratégicas. Através de relatórios detalhados e atualizados, gestores conseguem identificar:

Isso permite que as decisões sejam tomadas em cima de dados embasados, reduzindo riscos e aumentando a eficiência operacional.

4 benefícios de um bom controle de fluxo de caixa

Uma gestão eficiente do fluxo de caixa oferece inúmeros benefícios, desde a melhoria da saúde financeira até o aumento da competitividade no mercado. 

Portanto separei abaixo 4 dos benefícios mais significativos que a gestão eficaz do fluxo de caixa traz para a sua empresa:

1 – Melhor controle financeiro

Além disso, o fluxo de caixa garante que a empresa tenha um controle mais preciso sobre suas finanças. Essa prática permite que os gestores tomem decisões, com base em dados confiáveis, sobre investimentos, pagamentos e recebimentos. 

Em paralelo, o monitoramento detalhado das entradas e saídas, também garante maior segurança e atenção nas operações do negócio como um todo, proporcionando mais estabilidade e segurança para a empresa atravessar períodos de crise e/ou momentos de incerteza

2 – Antecipação de problemas e oportunidades

Quando temos uma gestão eficaz das movimentações de caixa é possível:

  • mapear melhor as dificuldades recorrentes;
  • potenciais vulnerabilidades financeiras do negócio; e,
  • prever problemas financeiros – como por exemplo, quando pode faltar dinheiro para pagar fornecedores ou funcionários. 

Ou seja, um bom fluxo de caixa permite que a empresa acompanhe suas entradas e saídas diariamente, facilitando a gestão estratégica e tomadas de decisões preventivas.

Além disso, esse monitoramento contínuo também permite que a empresa aproveite oportunidades de mercado.

Afinal, com recursos bem planejados, a empresa pode investir em novos projetos, expandir operações e se destacar no mercado. Isso reforça a importância de aliar boas práticas de gestão à tecnologia para potencializar resultados.

3 – Tomada de decisões estratégicas

O fluxo de caixa também é usado para avaliar a viabilidade de investimentos ou projetos.

Por isso, é comum que o CFO (Chief Financial Officer) e os outros líderes financeiros da empresa estejam constantemente estudando, atualizando e projetando cenários do caixa financeiro. Dessa forma podem-se definir as estratégias mais rentáveis.

4 – Facilidade na obtenção de empréstimos ou abertura de capital

Como já mencionado, a Demonstração de Fluxo de Caixa é um dos relatórios contábeis mais utilizados por investidores do mundo inteiro para avaliar as operações e a rentabilidade de uma empresa.

Isso se dá, porque a Demonstração de Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial (os dois outros principais relatórios contábeis) precisam ser complementados com as informações do Fluxo de Caixa para dar o panorama completo da realidade da empresa.

Assim, essa ferramenta contábil também é usada para demonstrar a saúde financeira da empresa para possíveis investidores ou credores, facilitando a obtenção de empréstimos, investimentos ou abertura de capital em bolsa.

Tipos de Fluxo de Caixa

Existem diferentes variações de Fluxo de Caixa que podem ser utilizadas por uma empresa, dependendo das suas demandas e objetivos. Porém, os 6 tipos de fluxo de caixa mais populares no mercado nacional são:

1 – Fluxo de Caixa Operacional

É um fluxo de caixa simples, que resulta das atividades operacionais da empresa, como:

  • vendas;
  • pagamentos de fornecedores;
  • salários;
  • impostos;
  • e outros gastos relacionados às atividades principais da empresa.

Ele é utilizado para acompanhar as variações do Capital de Giro, ou seja, o dinheiro necessário para a empresa manter suas operações funcionando no curto prazo, sem interrupções ou dificuldades financeiras.

Esta opção não abrange os investimentos e nem a demanda de capital a longo prazo, visto que estamos avaliando apenas os ativos e passivos circulantes. Portanto, os gestores devem acompanhar esse indicador de perto a fim de garantir a saúde financeira da empresa.

2 – Fluxo de Caixa Indireto

Este método parte do lucro líquido e realiza operações contábeis para chegar ao fluxo de caixa. Ele mostra o impacto das transações nas operações de caixa da empresa, sem necessariamente rastrear o movimento real das entradas e saídas de dinheiro.

Portanto, ajusta-se o lucro líquido para considerar os efeitos das transações que não resultaram em fluxo real, como:

  • depreciação;
  • amortização; e,
  • outras despesas não monetárias.

Em seguida, são adicionados, ou subtraídos, os valores correspondentes às mudanças nos ativos e passivos circulantes, como: 

  • estoques;
  • contas a receber e a pagar.

Embora o método indireto não seja tão preciso quanto o método direto, ele é muito utilizado por empresas de grande porte que possuem controles contábeis mais complexos.

3 – Fluxo de Caixa Direto

Já o fluxo de caixa direto, é um método que mostra as movimentações reais de recursos financeiros de uma empresa. Ele detalha as entradas e saídas decorrentes das atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

Assim, diferentemente do método indireto – que parte do lucro líquido e realiza ajustes contábeis para chegar ao fluxo de caixa -, o método direto rastreia os fluxos de caixa reais, tornando-o mais preciso e confiável.

Para isso, registram-se todas as entradas e saídas que ocorrem no período em questão, sem ajustes contábeis. Essas entradas e saídas incluem:

  • vendas;
  • pagamento de fornecedores;
  • investimentos;
  • pagamento de juros e dividendos;
  • entre outras transações financeiras.

4 – Fluxo de Caixa Livre

Este fluxo de caixa representa a quantidade de dinheiro que uma empresa possui após cobrir suas despesas operacionais e descontar todos os seus gastos com investimentos em ativos fixos.

Em outras palavras, ele mede a capacidade da empresa de gerar dinheiro a partir de suas operações e de usá-lo para pagar seus investimentos em bens e suprir todo o capital de giro do negócio.

O cálculo é feito subtraindo-se o investimento em ativos fixos (como equipamentos e imóveis) e capital de giro (estoques, contas a receber e a pagar) do fluxo de caixa operacional (entradas e saídas de caixa decorrentes das atividades operacionais), ou seja: 

Fluxo de Caixa Livre = Fluxo de Caixa Operacional – (ativos fixos + capital de giro).

O resultado é uma medida do caixa disponível (“livre”) para uso em outras atividades. Como pagamento de dividendos, pagamento de dívidas, recompra de ações ou outros investimentos.

Esse indicador é especialmente relevante para medir a capacidade de expansão da empresa e a geração de valor para os acionistas.

5 – Fluxo de Caixa Projetado

É um fluxo de caixa calculado a partir de uma projeção das entradas e saídas de dinheiro, considerando as atividades operacionais, investimentos e financiamentos da empresa.

Portanto, para projetar o fluxo de caixa, é necessário levar em consideração diversos fatores, como:

  • vendas esperadas;
  • custos operacionais;
  • investimentos em ativos fixos;
  • variações nas contas a receber e a pagar.

Assim, as projeções devem ser, obrigatoriamente, baseadas em dados históricos e em estimativas realistas, para serem usadas nas decisões estratégicas. Portanto, não meça esforços ao validar seu histórico e suas estimativas!

Além disso, ele é fundamental para o planejamento estratégico, pois permite que a empresa se prepare para períodos de maior ou menor liquidez. Assim, com projeções bem-feitas, é possível evitar surpresas financeiras e aproveitar melhor os recursos disponíveis.

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6 – Fluxo de Caixa Descontado

Este é um método mais complexo, utilizado para avaliar o valor presente de um investimento futuro ou de um projeto de negócio. Ele baseia-se no fluxo de caixa livre projetado para o futuro e descontado para seu valor presente. 

Calma que eu vou elaborar um pouco melhor: para isso o cálculo do fluxo de caixa descontado envolve 3 etapas:

  1. Projeção do Fluxo de Caixa Livre: deve-se projetar os fluxos futuros, levando em consideração as entradas e saídas esperadas ao longo do tempo.
  2. Cálculo da taxa de desconto: a taxa de desconto é o custo de oportunidade dos investidores. Ou seja, o retorno mínimo exigido para compensar o risco do investimento. Geralmente se baseia na taxa de juros atual e prevista.
  3. Desconto do Fluxo de Caixa Livre: os fluxos projetados são descontados para seu valor presente usando a taxa de desconto.

Assim, o resultado do Fluxo de Caixa Descontado é o Valor Presente Líquido (VPL) do investimento ou projeto. Se o VPL for positivo, isso indica que o projeto tem potencial para gerar retorno acima da taxa de desconto e é considerado um investimento viável.

Se o VPL for negativo, isso indica que o projeto não é viável. Pois não gera um retorno suficiente para cobrir o custo de oportunidade dos investidores.

Cada tipo oferece uma visão diferente da saúde financeira da empresa e atende diferentes propósitos. Assim, é essencial escolher a opção mais adequada para as suas necessidades e utilizá-la regularmente para manter um controle financeiro necessário.

Como fazer um controle de fluxo de caixa eficiente?

De maneira geral, a gestão eficiente do fluxo de caixa exige organização, disciplina e, nos dias de hoje, é indispensável o uso de ferramentas modernas. 

Portanto, o primeiro passo certeiro é registrar todas as entradas e saídas de dinheiro de forma detalhada, sem omitir nenhuma transação, por menor que seja. Isso garante que os relatórios financeiros sempre irão refletir a realidade da empresa.

Para isso, uma dica essencial é categorizar os valores em grupos, como, por exemplo:

  • vendas;
  • despesas fixas;
  • despesas variáveis;
  • impostos;
  • investimentos. 

Não tenha receio de criar novas categorias, para um bom controle é necessário que até as “peculiaridades do negócio” sejam contabilizados – como, por exemplo, gastos sazonais. Dessa forma a análise é facilitada e os gestores conseguem identificar quais áreas consomem mais recursos ou que estão precisando de investimento. 

Realizar revisões periódicas também é indispensável, assim é possível ajustar o planejamento e corrigir eventuais desvios.

Para empresas de qualquer porte, a automação contábil é uma solução poderosa. Com ela não simplifica-se apenas  o processo de registro, mas elas também geram relatórios e oferecem monitoramento dos gastos em tempo real. 

Além disso, o maior benefício é que a automação reduz erros manuais, economiza tempo e melhora a tomada de decisão, sendo um diferencial competitivo para negócios que lidam com grandes volumes de dados.

Conclusão: invista em tecnologia e inove a sua contabilidade

Embora as planilhas manuais ainda sejam utilizadas no mundo corporativo, elas apresentam limitações, especialmente para as grandes empresas. 

Como apontado, erros humanos, dificuldades na consolidação de dados e falta de atualização em tempo real são problemas comuns enfrentados na gestão financeira. Por isso, cada vez mais as soluções automatizadas estão sendo adotadas no dia a dia das empresas.

Plataformas como Payfy possuem funcionalidades de gestão de despesas, integração com cartão corporativo, projeções automáticas, alertas de gastos, relatórios completos e integração com outros sistemas já utilizados como os ERPs.

Todos os dados fornecidos por essas ferramentas são essenciais para insights rápidos e previsão de momentos críticos de liquidez e integração com sistemas de contabilidade. 

Se você quer simplificar a gestão do fluxo de caixa e levar sua empresa a um novo nível, entre em contato com o nosso time de vendas e solicite uma demonstração gratuita do nosso software de gestão financeira! 

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Por fim, além de boas tecnologias, é importante ressaltar que, para uma elaboração eficiente dos fluxos, é necessário contar com uma equipe financeira ágil e responsável.

Um dos papéis mais importantes em todos os processos financeiros de uma empresa é do financial controller. Mas apesar de ser um cargo elevado dentro da empresa, ainda causa dúvidas sobre o que é e as responsabilidades. 

Pensando nisso, separei um blog post explicando tudo sobre o Gerente de Controladoria: o que é, seu papel na empresa e dicas chave para otimizar suas funções.

Te espero lá, até a próxima!


André Apollaro

Founder & CEO da Payfy

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