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Gerenciamento de riscos: o que é, importância e estratégias de gestão

André Apollaro

Data de publicação: 21/01/2024

Gerenciamento de riscos
Gerenciamento de riscos

O gerenciamento de riscos é essencial para a saúde financeira de uma empresa. Afinal, ao identificar e gerenciar riscos financeiros, é possível minimizar o impacto de possíveis perdas e maximizar os lucros. 

Por isso, neste artigo vamos explorar as melhores práticas para identificar e gerenciar diferentes tipos de riscos financeiros, assim como, estratégias para minimizar possíveis perdas.

Boa leitura!

O que é risco financeiro?

O risco financeiro é a possibilidade de prejuízo monetário decorrente de incertezas e variações no mercado financeiro. Essa situação está associada à volatilidade e imprevisibilidade dos preços de ativos financeiros, como:

  • ações;
  • títulos;
  • moedas; e, 
  • commodities.

Para exemplificar melhor, separei os 5 tipos mais comuns de riscos financeiros que investidores e empresas enfrentam:

1 – Riscos de mercado

Riscos de mercado são os riscos associados a flutuações no valor de ativos e passivos, como ações e moedas. 

Isso acontece pois esses ativos e passivos são influenciados por eventos econômicos globais, como:

  • mudanças nas taxas de juros;
  • flutuações cambiais;
  • preços das commodities;
  • volatilidade das ações. 

Por exemplo, em 2020, a pandemia do COVID-19 causou uma grande queda no mercado de ações em todo o mundo. 

Por causa disso, as empresas que dependiam muito do mercado de ações para seu financiamento foram afetadas negativamente, enquanto outras que haviam diversificado seus investimentos conseguiram se manter estáveis.

Ou seja, quando as empresas e os investidores possuem ativos financeiros sujeitos a essas variações, eles estão expostos a esse tipo de risco.

2 – Riscos de crédito

Nesse caso, os riscos de crédito referem-se ao risco de não receber pagamentos de clientes ou devedores inadimplentes. Ou seja, é o risco de que uma contraparte não cumpra suas obrigações financeiras, resultando em perdas para a parte que tem direitos de crédito.

Isso ocorre quando uma empresa não consegue pagar suas dívidas ou quando um tomador de empréstimo não honra suas obrigações de pagamento. 

Por isso as empresas devem identificar seus clientes de maior risco e implementar políticas adequadas para mitigar esse risco, como:

  • análise de crédito mais rigorosas;
  • oferecer incentivos para pagamentos antecipados.

3 – Riscos operacionais

Quando falamos em riscos operacionais estamos nos referindo a perdas decorrentes de falhas em processos, sistemas, pessoal, eventos externos, e outros eventos não financeiros que podem afetar negativamente as atividades de uma instituição financeira, como:

  • erros operacionais;
  • fraudes;
  • desastres naturais;
  • problemas tecnológicos; e,
  • outros erros humanos.

Uma empresa que depende muito de tecnologia, por exemplo, pode enfrentar riscos operacionais se seus sistemas de TI falharem. Consequentemente, isso gera atrasos na produção, perda de dados e até mesmo perda de clientes. 

Para mitigar esse risco, a empresa pode investir em sistemas de backup e redundância, além de treinar seus funcionários para lidar com situações de emergência.

4 – Riscos de liquidez

Riscos de liquidez estão associados à incapacidade de uma empresa de cumprir suas obrigações financeiras imediatas. 

Ou seja, é a possibilidade de não conseguir vender um ativo rapidamente ou de converter um investimento em dinheiro sem perdas significativas para o negócio. Esse tipo de risco é influenciado pela:

  • disponibilidade de caixa;
  • gestão de fluxo de caixa;
  • capacidade de obter financiamento.

Por exemplo, uma empresa que depende muito de empréstimos para financiar suas operações pode enfrentar riscos de liquidez se o mercado de crédito se tornar mais restritivo. 

Esse risco é particularmente relevante em situações de mercado estressantes, quando pode haver uma falta de compradores dispostos a adquirir os ativos. Portanto, para mitigar esse risco, a empresa pode diversificar suas fontes de financiamento e manter um fluxo de caixa saudável.

5 – Risco sistêmico

É o risco de que um evento ou falha em uma instituição financeira ou mercado afete todo o sistema financeiro

Isso pode ocorrer quando uma crise em um setor específico se espalha para outros setores ou quando uma instituição financeira importante enfrenta problemas que ameaçam a estabilidade geral do sistema.

O que é gerenciamento de riscos?

O gerenciamento de riscos é um processo sistemático que envolve identificar, avaliar e responder aos riscos para minimizar suas consequências negativas e aproveitar oportunidades. 

Ele é aplicado em diversos contextos como nos tipos de riscos citados anteriormente.

O objetivo do gerenciamento de riscos é permitir que indivíduos, empresas e organizações tomem decisões informadas sobre como lidar com os riscos a que estão expostos. 

Dessa forma, podemos resumir esse processo nas seguintes etapas:

  1. Identificação de riscos;
  2. Análise de riscos; 
  3. Resposta aos riscos;
  4. Monitoramento e revisão.

Além disso, o gerenciamento de riscos garante a sustentabilidade, a segurança e o sucesso de uma organização, pois ajuda a reduzir a incerteza, tomar decisões mais informadas e proteger os recursos e interesses da organização e de seus investidores.

Portanto, um bom gerenciamento de riscos envolve estratégias como:

  • diversificação de investimentos;
  • uso de instrumentos financeiros derivativos;
  • adoção de políticas de gerenciamento de risco;
  • implementação de sistemas de controle interno.

Como identificar riscos financeiros para garantir um bom gerenciamento

O primeiro passo para um gerenciamento de riscos financeiros de sucesso, é identificar quais riscos podem afetar sua empresa. Aqui estão algumas das melhores práticas para identificá-los:

Análise de cenários

Uma análise de cenários permite que a empresa antecipe situações que podem levar à perda financeira. Dessa forma, ela pode ser feita por meio de simulações que preveem o impacto de eventos inesperados, tais como o aumento da inflação ou a queda de juros.

Por exemplo, em um cenário de aumento da inflação, a empresa pode sofrer com o aumento de preços de insumos e matérias-primas, o que pode levar a uma redução da margem de lucro. 

em um cenário de queda de juros, a empresa pode ter dificuldades para obter financiamento a taxas acessíveis, o que pode afetar o fluxo de caixa.

Monitoramento de indicadores

Para garantir um bom gerenciamento de riscos é importante monitorar continuamente os indicadores financeiros e a saúde da empresa. Isso inclui o acompanhamento de métricas como:

  • fluxo de caixa;
  • linha de crédito;
  • capital de giro; e,
  • taxa de inadimplência.

Por exemplo, o fluxo de caixa é um indicador importante para avaliar a capacidade da empresa de honrar seus compromissos financeiros no curto prazo. 

Já a linha de crédito pode indicar a disponibilidade de recursos para investimentos e expansão do negócio. 

O capital de giro, por sua vez, é fundamental para garantir a continuidade das operações da empresa.

Avaliação de ativos e passivos

Como mencionado anteriormente no tópico de Riscos de Mercado, avaliar ativos e passivos é fundamental para ter uma compreensão clara da situação financeira da empresa. 

Afinal, essa avaliação pode ajudar na tomada de decisões de investimento e também na determinação de estratégias de gestão de risco. A avaliação de ativo inclui, por exemplo:

  1. análise do valor de mercado – dos bens e equipamentos da empresa;
  2. avaliação do valor dos estoques e das contas a receber. 

a avaliação dos passivos inclui a análise das dívidas e obrigações financeiras da empresa, como empréstimos e financiamentos.

3 estratégias para gerenciar riscos na sua empresa

1 – Diversificação de investimentos

Diversificar investimentos em diferentes classes de ativos e também de setores ajuda a reduzir o risco de perda em um único investimento. 

Por exemplo, uma empresa que investe em ações de empresas de tecnologia pode diversificar seus investimentos em ações de empresas de outros segmentos. 

Essa prática ajuda a minimizar o impacto negativo caso ocorra uma queda nas ações que a sua empresa investe.

Além disso, a diversificação também pode ser aplicada para diferentes regiões. Afinal, uma empresa que tem a maioria de seus investimentos em uma única região corre o risco de perder tudo em caso de desastres naturais ou políticos.

Por isso, é importante distribuir os investimentos em diferentes nichos, regiões e países.

2 – Uso de derivativos

Os derivativos são instrumentos financeiros que permitem a transferência de risco de uma parte para outra. Essa estratégia é especialmente útil para empresas que possuem ativos voláteis, como commodities.

Por exemplo, uma empresa pode comprar uma opção de venda para se proteger contra a queda no preço de um ativo específico. 

Além disso, empresas que fazem negócios em diferentes países podem colocar em seus contratos opções para se proteger contra a volatilidade das moedas.

3 – Implementação de políticas de crédito

Políticas de crédito claras e bem definidas são uma boa estratégia de gerenciamento, pois ajudam a reduzir o risco de inadimplência e a minimizar a sua exposição a clientes de alto risco. 

A implementação dessas políticas de crédito inclui:

  • análise de crédito rigorosa;
  • limites definidos de crédito para clientes com histórico de pagamento ruim.

Além disso, o seguro de crédito é uma boa proteção contra a inadimplência de clientes. Trata-se de uma apólice que protege a empresa contra perdas financeiras decorrentes da inadimplência de clientes.

Contudo, as empresas devem sempre avaliar seus riscos e implementar as estratégias que melhor se adequam às suas necessidades.

Como minimizar o impacto de possíveis perdas na sua empresa

Apesar da criação de estratégias para gerenciar riscos, é impossível eliminar completamente todos eles. Contudo, sua empresa consegue minimizar o impacto dessas perdas implementando alguns planos para um possível gerenciamento de riscos. 

Uma das principais estratégias é o estabelecimento de limites de perda. 

Com esses limites, a empresa sabe qual é o máximo que pode perder antes de precisar tomar medidas corretivas. Isso ajuda a evitar grandes perdas e a manter a estabilidade financeira.

Além disso, é importante ter planos de contingência em vigor para lidar com situações adversas. 

Esses planos podem incluir medidas como a redução de custos, a venda de ativos ou a busca por novas fontes de receita. 

Ter um plano de contingência bem elaborado pode ajudar as empresas a minimizar perdas inesperadas e a se recuperar mais rapidamente de crises financeiras.

Outra forma de proteger os ativos da empresa é por meio de seguros e outras formas de proteção financeira. 

Esses instrumentos podem ajudar a minimizar os efeitos de eventos imprevisíveis, como desastres naturais, incêndios ou roubos.

É importante lembrar que cada empresa tem suas próprias necessidades e limitações, e que as estratégias de gerenciamento de riscos devem ser adaptadas a cada caso específico. 

Consultar um especialista em finanças pode ser uma boa opção para ajudar a desenvolver um plano eficaz de gerenciamento de riscos.

Estabelecimento de limites de perda

O estabelecimento de limites de perda pode até parecer uma medida conservadora, mas é fundamental para garantir a estabilidade financeira da empresa. 

Para definir esses limites a empresa deve levar como base sua capacidade de suportar perdas e o seu perfil de risco. Ou seja, os limites devem ser realistas, assim a empresa está preparada para agir caso eles sejam atingidos.

Uma das principais vantagens de estabelecer limites de perda é que ela evita grandes perdas, pois a empresa sabe qual é o máximo que pode perder, e toma decisões de investimento e de gestão financeira mais assertivas.

Além disso, essa medida ajuda a manter a confiança dos investidores e dos clientes, que sabem que a empresa está preparada para lidar com situações adversas.

Planos de contingência

Os planos de contingência também são uma ótima forma de se preparar para as mais adversas situações que podem afetar a empresa. Portanto, esses planos devem incluir medidas para:

  • reduzir custos;
  • aumentar a eficiência operacional;
  • venda de ativos;
  • buscar novas fontes de receita. 

É importante que essas medidas sejam realistas e que possam ser implementadas rapidamente em caso de necessidade.

Uma das principais vantagens de ter um plano de contingência é que isso ajuda a minimizar perdas inesperadas e a se recuperar mais rapidamente de crises financeiras. 

Além disso, essa medida pode ser vista como um diferencial competitivo, já que poucas empresas se preparam adequadamente para crises financeiras.

Seguros e proteção financeira

Os seguros e outras formas de proteção financeira são importantes para proteger os ativos da empresa contra perdas financeiras causadas por eventos imprevisíveis. Eles incluem seguros contra:

  • incêndios;
  • roubos;
  • desastres naturais;
  • outros riscos.

Uma das principais vantagens é que quando a empresa está segurada, fica mais fácil se recuperar de perdas e manter a estabilidade financeira. 

Além disso, essa medida pode ser vista como um sinal de responsabilidade e comprometimento com a segurança dos ativos da empresa.

A importância da governança corporativa

Por fim, sabemos que qualquer estratégia precisa de uma boa governança corporativa, caso contrário as empresas podem enfrentar problemas financeiros e até mesmo legais.

Por isso, para entender melhor a importância da governança corporativa, é preciso conhecer algumas das melhores práticas utilizadas pelas empresas. Vamos lá?

Comitês de risco

Os comitês de risco, por sua vez, ajudam as empresas a identificar e gerenciar riscos financeiros, garantindo que a empresa esteja em conformidade com as regulamentações financeiras. 

Esses comitês também podem ajudar a empresa a se preparar para situações de crise e a tomar decisões mais informadas.

Dessa forma, são geralmente compostos por membros independentes do conselho de administração e especialistas em finanças que se reúnem regularmente para avaliar os riscos financeiros da empresa e desenvolver estratégias para gerenciá-los.

Auditorias internas e externas

As auditorias internas e externas são outra parte importante da governança corporativa. Elas são usadas para avaliar a eficácia dos controles financeiros da empresa e identificar possíveis riscos. 

As auditorias internas são realizadas por funcionários da empresa, enquanto as auditorias externas são realizadas por empresas especializadas em auditoria. Assim, ambas garantem a transparência e a integridade das operações financeiras da empresa. 

Elas também ajudam a identificar oportunidades de melhoria nos processos financeiros da empresa.

Treinamento e conscientização de funcionários

O treinamento e a conscientização dos funcionários são críticos para garantir que todos na empresa entendam os riscos financeiros e como gerenciá-los. 

Os funcionários devem estar cientes das políticas de gerenciamento de risco da empresa e ser treinados para identificar, relatar e gerenciar riscos financeiros.

Além disso, os funcionários devem ser treinados em ética empresarial e em conformidade com as regulamentações financeiras. Isso ajuda a garantir que a empresa opere de maneira ética e legal.

As empresas que implementam as melhores práticas de governança corporativa podem evitar problemas financeiros e legais, além de melhorar a transparência e a integridade das operações financeiras.

Conclusão: Gerenciamento de riscos como chave para o sucesso financeiro

O gerenciamento de riscos é um processo complexo e fundamental para a saúde financeira de qualquer empresa, portanto, é importante identificar e gerenciar riscos para que ela possa maximizar seus lucros e proteger seus ativos. 

Ao antecipar problemas e implementar medidas preventivas, as empresas podem evitar perdas financeiras significativas e manter sua reputação no mercado. 

Outra prática muito utilizada para a mitigação de riscos é a composição do endividamento. Se trata de uma prática essencial para a gestão financeira adequada, pois permite também:

  • análise detalhada das dívidas;
  • auxiliando no controle das despesas;
  • no gerenciamento eficiente das dívidas e,
  • na identificação de oportunidades para o crescimento sustentável.

Quer entender a fundo como a composição do endividamento ajuda sua empresa? Confira nosso conteúdo completo sobre o tema.

Até a próxima!


André Apollaro

Founder & CEO da Payfy

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