A composição do endividamento é um daqueles temas que muitas vezes confunde as pessoas, mas compreendê-la é fundamental para uma gestão financeira saudável e sustentável.
Por isso, neste artigo, vamos mergulhar no conceito de composição do endividamento, desvendando seus mistérios e fornecendo as ferramentas necessárias para calcular esse aspecto crucial das finanças pessoais e empresariais.
Boa leitura!
O que é a composição do endividamento?
A composição do endividamento é um indicador financeiro que representa a estrutura das dívidas de uma empresa, identificando a proporção de diferentes fontes de financiamento utilizadas para captar recursos.
Essa métrica é importantíssima para entender como a empresa está financiando suas operações e projetos, bem como avaliar a sua capacidade de honrar os compromissos assumidos.
Assim, a composição das dívidas inclui diferentes tipos de dívidas, tais como:
- empréstimos bancários;
- debêntures;
- financiamentos;
- entre outros.
Ou seja, ao analisar a composição do endividamento, é possível verificar a distribuição entre dívidas de curto prazo e longo prazo, juros praticados, garantias oferecidas e outras informações relevantes.
Essa análise é essencial tanto para a empresa, no sentido de avaliar sua sustentabilidade financeira, quanto para investidores e credores — que desejam conhecer o endividamento de uma empresa antes de fazer investimento ou conceder crédito.
Importância da composição do endividamento na prática
No entanto, entender a composição do endividamento vai muito além do simples conhecimento teórico. Na verdade, essa compreensão desempenha um papel crucial na gestão financeira tanto de indivíduos quanto de empresas.
Orienta a gestão de despesas
Como vimos no bloco anterior, a análise do endividamento é indispensável para que uma empresa tenha uma visão clara das diferentes fontes de financiamento utilizadas.
Com esse conhecimento, é possível planejar adequadamente o fluxo de caixa, distribuir os recursos de forma mais eficiente e controlar as despesas relacionadas aos pagamentos das dívidas.
Melhora a análise de riscos financeiros
Além disso, compreender a estrutura das dívidas ajuda a avaliar os riscos financeiros envolvidos.
Uma composição equilibrada do endividamento indica uma situação financeira estável, enquanto uma concentração excessiva em dívidas de alto risco tende a aumentar a vulnerabilidade a crises econômicas e financeiras.
Facilita o gerenciamento de dívidas
Ainda, ao conhecer a proporção entre dívidas de curto e longo prazo, taxas de juros e outras características das dívidas, é possível adotar estratégias mais adequadas para o gerenciamento das obrigações financeiras.
Isso inclui refinanciamentos, renegociações e o desenvolvimento de planos para quitação em prazos sustentáveis.
Indica possíveis oportunidades de investimento
Por fim, a composição das dívidas revela oportunidades de investimento ou expansão de negócios.
Uma estrutura equilibrada sinaliza solidez financeira e atrai investidores, enquanto uma situação de endividamento favorável abre portas para novos projetos com o uso responsável de recursos financeiros.
Inclusive, não se deve apenas olhar para a composição do endividamento, mas tentar obter uma visão holística do que está acontecendo na empresa como um todo. Para isso, sugiro a leitura do nosso artigo: Relatório Orçamentário: como otimizar o controle financeiro.
Como calcular a composição do endividamento?
Então, para calcular a composição do endividamento, utiliza-se uma fórmula simples e fácil de aplicar. Para isso, é necessário apenas obter informações sobre as diferentes fontes de financiamento e o montante total do endividamento.
Assim, a fórmula se aplica da seguinte maneira para cada categoria de dívida (também chamada de fonte de financiamento):
Composição do Endividamento (%) = (Valor da Fonte de Financiamento / Total do Endividamento) x 100
Ou seja, o passo a passo para calcular a composição do endividamento é:
- Identificar todas as fontes de financiamento utilizadas pela empresa;
- Somar o valor de todas as fontes de financiamento para obter o “Total do Endividamento”;
- Escolher uma das fontes de financiamento cuja composição você deseja calcular. Por exemplo, o valor dos empréstimos bancários;
- Dividir o “Valor da Fonte de Financiamento” pelo “Total do Endividamento”;
- Multiplicar o resultado por 100 para obter a porcentagem da composição relativa àquela fonte específica.
Quais são os tipos de dívidas que compõem o endividamento?
Como mencionado anteriormente, o endividamento pode ser composto por diferentes tipos de dívidas, cada uma com suas características específicas. Aqui estão alguns dos tipos de dívidas mais comuns que contribuem para a composição do endividamento:
Empréstimos Bancários
Os empréstimos bancários são uma das formas mais comuns de endividamento, nos quais as empresas obtêm recursos financeiros junto a instituições financeiras, como bancos.
Assim, essa dívida geralmente envolve o pagamento de juros e prazo definido para a sua quitação. Os empréstimos bancários são úteis para diversas finalidades, como investimentos, capital de giro e expansão dos negócios.
Títulos de Dívida
Os títulos de dívida são valores mobiliários emitidos pelas empresas para captar recursos no mercado financeiro. Entre os exemplos desta categoria estão as debêntures e as notas promissórias.
Dessa forma, ao adquirirem títulos de dívida, os investidores emprestam dinheiro à empresa emissora e, em troca, recebem juros e a devolução do valor investido ao término do prazo estipulado.
Financiamentos
Os financiamentos são acordos de crédito em que um bem ou serviço específico é adquirido e pago ao longo do tempo, geralmente com juros.
Sobretudo, este tipo de dívida é muito utilizada no financiamento de veículos, imóveis, equipamentos e projetos. As parcelas mensais amortizam a dívida e incluem o pagamento dos juros.
Dívidas com fornecedores
As dívidas com fornecedores referem-se às compras a prazo de insumos, mercadorias ou serviços realizadas pela empresa. Ou seja, elas representam valores devidos aos fornecedores e fazem parte da rotina de negociações comerciais.
Leasing (Arrendamento Mercantil)
Por fim, o leasing é uma modalidade de financiamento que envolve o aluguel de um bem, com opção de compra ao final do contrato.
Nesse caso, o arrendatário possui o bem durante o período de arrendamento, mas não o adquire imediatamente. O leasing é comumente utilizado para aquisição de equipamentos e veículos.
Conclusão: acompanhe de perto seu endividamento
Em conclusão, a composição do endividamento é uma métrica essencial para empresas que desejam compreender a estrutura das suas dívidas.
Conhecer os diferentes tipos de endividamento, e como a sua empresa está administrando cada um deles, é ideal para uma gestão financeira mais eficiente e informada.
Através dessa análise, é possível tomar decisões estratégicas, gerenciar riscos, aproveitar oportunidades de investimento e garantir a sustentabilidade econômica ao longo do tempo.
Até a próxima!
Founder & CEO da Payfy