Receita Bruta: o que é e como calculá-la

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A Receita Bruta é uma das métricas mais importantes dentro da contabilidade, sendo a base para o cálculo de muitos outros indicadores tanto financeiros quanto jurídicos e tributários.

Dessa forma, é crucial para qualquer empresário entender claramente o que é a Receita Bruta, como calculá-la e como avaliar o comportamento deste indicador ao longo do tempo. Por isso, neste artigo vou te explicar tudo isso e um pouco mais!

Boa leitura!

O que é Receita Bruta?

Receita Bruta é o nome que damos ao valor total gerado com a venda de produtos ou serviços de uma empresa, em um determinado período de tempo, e se refere ao faturamento total sem que seja descontado qualquer tipo de imposto, devolução ou despesa relacionada.

Ou seja, é o valor total gerado pelas atividades principais da empresa antes de qualquer ajuste fiscal ou tributário. A Receita Bruta, então, se refere a todas as vendas realizadas pela empresa, independentemente de terem sido pagas ou apenas faturadas.

É importante ressaltar também, que a Receita Bruta não reflete o lucro da empresa, pois não leva em consideração os gastos e impostos incidentes sobre as atividades.

Mas não se preocupe, pois eu vou explicar isso tudo de forma detalhada ao longo deste artigo, e lembre-se, na contabilidade tudo é uma questão de saber como calcular cada um destes diferentes conceitos.

Receita Bruta

Como calcular a Receita Bruta?

Como a Receita Bruta é o total de todas as vendas e serviços, então para calculá-la basta somar essas vendas e serviços dentro do período de tempo que você deseja analisar. Simples, não é mesmo?

Logo, a fórmula básica para o cálculo é a seguinte:

Receita Bruta = Vendas de Produtos + Vendas de Serviços

No caso, se a empresa trabalha com várias linhas de produtos e serviços, você precisará somar as vendas de cada uma delas individualmente e por fim somar o resultado de todas as linhas para chegar no valor da Receita Bruta.

Por exemplo, se uma empresa vendeu R$ 50.000 em produtos e R$ 30.000 em serviços durante um mês, a Receita Bruta (RB) para esse período seria:

RB = R$ 50.000 (vendas de produtos) + R$ 30.000 (vendas de serviços) = R$ 80.000

Lembre-se que a Receita Bruta é um indicador importante do desempenho das vendas da empresa, mas não pode ser analisada de forma isolada, visto que só representa uma parte do que acontece dentro do negócio.

Assim, para obter uma imagem mais completa da saúde financeira da empresa, é necessário considerar também a Receita Líquida, o lucro e uma série de outros indicadores financeiros que devem ser analisados em conjunto, caso contrário, as conclusões serão superficiais e equivocadas.

Então, para entendermos melhor a Receita Bruta, precisamos conhecer melhor a Receita Líquida e como estes dois indicadores se complementam.

Diferença entre Receita Bruta e Líquida

Como já falado, a Receita Bruta é o valor total das vendas de produtos e serviços de uma empresa, em um determinado período de tempo, e antes de qualquer dedução ou desconto.

Já a Receita Líquida, em contraste, é obtida após a dedução de descontos, devoluções, abatimentos e impostos incidentes sobre as vendas.

Essas deduções reduzem a Receita Bruta (RB) e refletem o valor real recebido pela empresa pelas suas vendas.

Então, a fórmula para calcular a Receita Líquida (RL) é a seguinte:

RL = RB – Descontos – Devoluções – Abatimentos – Impostos sobre Vendas

Em poucas palavras, os descontos referem-se a reduções concedidas aos clientes como incentivos ou promoções. Já as devoluções ocorrem quando os clientes retornam produtos ou solicitam reembolsos.

Os abatimentos são reduções de preços negociadas com os clientes após a venda. Por fim, os impostos sobre vendas são tributos incidentes sobre as vendas, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o PIS/COFINS.

Por esse motivo, a Receita Líquida é um indicador essencial para avaliar o desempenho financeiro real da empresa, pois ela reflete o valor líquido que foi efetivamente recebido após as deduções.

Como se não bastasse, é a partir da Receita Líquida que os custos operacionais, despesas e impostos adicionais são subtraídos para calcular o lucro líquido. Ou seja, os indicadores financeiros estão “entrelaçados”, e por isso devem ser avaliados em conjunto.

Como analisar a Receita Bruta?

Perfeito, agora que já sabemos o que é a Receita Bruta e como calculá-la, precisamos entender o que esse indicador está nos contando sobre as operações da empresa.

Conforme mencionado anteriormente, a análise da Receita Bruta fornece informações cruciais sobre o desempenho das vendas e a saúde financeira de uma empresa. Porém, devemos comparar este indicador a outros para poder avaliá-lo objetivamente.

Existem algumas comparações que devem ser feitas para analisar a Receita Bruta. Aqui estão algumas delas:

Tendências de crescimento

Ao analisar a Receita Bruta ao longo do tempo, é possível identificar tendências de crescimento. Assim, se ela está aumentando consistentemente, isso indica um crescimento saudável e sustentável da empresa.

Por outro lado, uma queda gradual na Receita Bruta sinaliza problemas sistêmicos e perda de market share. Já uma queda pontual provavelmente está relacionada a um problema também pontual

Comparação com períodos anteriores

Comparar a Receita Bruta com o mesmo período do ano anterior ou com períodos anteriores ajuda a identificar flutuações sazonais ou sazonalidades no negócio.

Esse tipo de análise mais profunda garante a boa tomada de decisões estratégicas, pois traz informações valiosas, evitando uma leitura equivocada dos números e da realidade da empresa.

Análise por segmento de negócio ou produto

Se a empresa opera em diferentes segmentos ou oferece vários produtos e serviços, é interessante analisar a Receita Bruta comparando-a com o mesmo indicador de empresas do mesmo segmento e porte.

Isso garante que as peculiaridades da sua empresa e segmento sejam consideradas e complementem a leitura dos resultados financeiros. Sempre observando as estratégias e dados dos concorrentes para ter uma base confiável e objetiva.

Cálculo da Margem Bruta

A Margem Bruta (MB) é uma métrica importante que relaciona a Receita Bruta (RB) ao custo dos produtos vendidos (CPV) ou ao custo dos serviços prestados. Dessa forma, ela indica a porcentagem de lucro bruto que a empresa obtém em relação à sua receita.

Ou seja:

MB = (RB – CPV) / RB * 100

Assim, a análise da Margem Bruta ao longo do tempo revela a eficiência operacional da empresa e a capacidade de gerar lucro a partir do faturamento total.

Novamente, você deve analisar a Receita Bruta em conjunto com outras métricas financeiras e operacionais para ter uma visão holística do desempenho da empresa.

Para isso, o lucro líquido, as despesas operacionais, os custos, o fluxo de caixa e outras métricas financeiras são cruciais para uma análise abrangente e eficaz.

Receita bruta

Como a Receita Bruta influencia a tributação?

Além do que já vimos, a Receita Bruta também tem um papel fundamental na determinação da base de cálculo dos impostos que uma empresa deve pagar.

Isso se dá porque existem categorias de tributação onde as empresas pagam esses impostos de acordo com suas receitas brutas. 

Veja abaixo as principais categorias de tributação:

  • Microempreendedor Individual (MEI): faturamento anual de até R$ 81 mil;
  • Microempresa (ME): faturamento anual de até R$ 360 mil;
  • Empresa de Pequeno Porte (EPP): faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões;
  • Média e Grande Empresa: faturamento anual acima de R$ 4,8 milhões.

Esses são apenas alguns exemplos de como a Receita Bruta influencia o regime de tributação de uma empresa. Ainda, é importante ressaltar que as leis e regulamentações tributárias variam de país para país, e até mesmo de região para região.

Portanto, é sempre recomendável consultar as normas tributárias locais e buscar assessoria especializada para entender qual é a tributação aplicável a sua empresa.

Conclusão: analise os indicadores em conjunto!

Em conclusão, a Receita Bruta desempenha um papel fundamental na avaliação do desempenho financeiro de uma empresa e no cálculo de outros indicadores financeiros e tributários.

No entanto, é essencial lembrar que analisá-la por si só não é suficiente para obter uma visão completa da saúde financeira de uma empresa. Por isso, você deve complementar a sua análise com outras métricas e considerações.

Além disso, é fundamental considerar outros fatores externos, como:

  • tendências do mercado;
  • concorrência
  • leis governamentais;
  • mudanças econômicas;
  • etc.

Essas variáveis impactam significativamente os resultados de uma empresa e devem ser levadas em conta ao interpretar os dados da Receita Bruta.

Isso permitirá uma compreensão mais completa e precisa da realidade da empresa e ajudará na tomada de decisões fundamentadas para o seu desenvolvimento e crescimento sustentável!

Esse conteúdo foi útil? Então, confira também nosso artigo completo sobre Planejamento Financeiro, que irá destrinchar tudo que você precisa saber para montar um planejamento financeiro sólido para sua empresa.

Até a próxima!


André Apollaro

Founder & CEO da Payfy

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